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Aldeia Indígena Pataxó Naô Xohã

VISÃO GERAL 

A Aldeia Indígena Pataxó Naô Xohã emergiu das necessidades de um território de indígenas que moravam nas periferias de Belo Horizonte (BH) e região metropolitana, pagando aluguel e sobrevivendo da comercialização de seu artesanato em ruas e feiras. Foi inaugurada em novembro de 2017 com um grande Toré (dança ritual e de preservação da cultura) para celebrar e marcar o início do que os indígenas chamaram de retomada de terras. No ano seguinte, em 06 de junho de 2018, a Fundação Nacional do Índio (Funai) realizou a qualificação da aldeia, reconhecendo a presença e a história de seus fundadores.

Envolto em uma área de intensa mineração, o território sofreu grande impacto após o rompimento da barragem de rejeitos da Vale. Vários indígenas migraram para periferias de Belo Horizonte novamente, enquanto outros passaram a fazer parte do território. Atualmente a aldeia é formada por cerca de 25 famílias e uma média de 80 pessoas, contando com muitas crianças. Afetada por este crime ambiental, a aldeia teve que se adaptar a novas características, e segue com perspectivas de futuro.

No idioma Patxohã, o nome Naô Xohã significa Espírito Guerreiro.

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TÓPICO CENTRAL

A Aldeia atualmente conta com estudantes indígenas de graduação em Ciências Sociais e Antropologia, e de doutorado em Antropologia, todos na Universidade Federal de Minas Gerais. Reconhecemos que a universidade, por meio de várias ações, tem demonstrado que, apesar dos desafios recorrentes, aposta em projetos que visem ampliar a autonomia e fortalecer a visibilidade de povos indígenas.

Ao sermos convidados para o projeto de pesquisa Sheffield/UFPA/UFMG, não hesitamos em participar, uma vez que já é parte de nossa concepção estabelecer parcerias. Vislumbramos uma ótima perspectiva visando melhorias e visibilidade de nossos trabalhos, estando entre eles a implantação de ações ligadas à agroecologia e psicultura, a luta pela recuperação da qualidade das águas do Rio Paraopeba, que passa às margens da aldeia, a obtenção de energia elétrica, além de melhorias em nossa infraestrutura buscando melhor viver.

Este projeto poderá se relacionar com o início da assessoria técnica para produção de uma cartografia de nosso território, resultado de um Termo de Ajustamento Provisório celebrado pelo Ministério Público Federal e a VALE SA, que teve a efetiva participação de nossas lideranças e de todos os moradores.

TESTEMUNHO PESSOAL

Cacique Valdeir dos Santos Souza

“Na qualidade de Cacique fundador da Aldeia indígena Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe Naô Xohã em São Joaquim de Bicas, Minas Gerais, saúdo a todos os técnicos, os estudantes bolsistas indígenas, os gestores e organizadores, que fazem parte desse projeto de pesquisa Sheffield/UFPA/UFMG. Para a nossa comunidade vislumbro que poderá ser um ganho significativo e não há ganho sem retribuição. Nossa história e nossa resistência como espírito guerreiro, originado de uma ancestralidade viva e presente em nossos corações, mentes e na prática da cultura geral Pataxó. Deixo como palavra de memorização a Fé, ela pode nos propiciar muitas vitórias e tem um significado forte, e fortalecedor. Awerê, sejam bem vindos, Niamissú conosco nesta empreitada”.

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